Quem sou eu

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Eu tenho uma ideia formada sobre quase tudo. Mas me permito mudá-la. Afinal, como dizia Raul, "eu prefiro ser essa metamorfose âmbulante ♪". Tenho muitos sonhos. Eu busco, da minha maneira, ser um pouco melhor a cada dia. Valorizo demais a minha família. Tenho os MELHORES amigos do mundo. Gosto de desafios, de riscos. É como se eu tivesse necessidade de sempre provar pra mim mesma o quão forte eu posso ser. Gosto muito das palavras, mas valorizo muito mais as ações. Música. MUITA música. Adoro dançar. Acredito em Deus. Sou uma pessoa abençoada. Sou à favor da liberdade de expressão. AMO cinema, teatro, coral, concertos, fotografias e afins. ARTE. Sou apaixonada pelo Jornalismo. A não-obrigatoriedade do diploma NÃO me assusta. Se você for mesmo BOM, sempre terá vez. Sou persistente. Inteligência me fascina. Gosto de gente que sabe o que quer. Gosto de ser surpreendida. Busco sempre o melhor nas pessoas. Adoro escrever. Leio muito. Confio em mim. Quero conhecer o MUNDO. Acho que o amor é um sentimento revolucionário. Não gosto de promessas. Não sei se o pra sempre existe. Por isso faço o possível pra que todos os momentos sejam bons e valham uma boa lembrança.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Mentiras consensuais...

Existem pessoas felizes e pessoas infelizes, e todas elas se questionam. Umas bebem champagne e outras água da torneira, e se fazem as mesmas indagações. Se existe uma coisa que nos unifica são as dúvidas que trazemos dentro. São pequenas angústias que se manifestam silenciosamente, angústias que não gritam, ou gritam na forma de úlceras, insônias e depressões. Angústias diante das mentiras consensuais.
O que são mentiras consensuais? São aquelas que todo mundo topou passar adiante como se fosse verdade. Aquelas que ouvimos de nossos pais, eles de nossos avós, e que automaticamente passaremos para nossos filhos, colaborando assim para o bom andamento do mundo, para uma sanidade comum. O amor, o sentimento mais nobre e vulcânico que há, tornou-se a maior vítima deste consenso.
Mentiras consensuais: o amor não acaba, não se pode amar duas pessoas ao mesmo tempo, quem ama quer filhos, quem ama não sente desejo por outro, amor de uma noite só não é amor, o amor requer vida partilhada, amor entre pessoas do mesmo sexo é antinatural.
Tudo mentira. O amor, como todo sentimento, é livre. É arredio a frases feitas, debocha das regras que tentam lhe impor. Esta meia dúzia de coordenadas instituídas como verdades fazem com que muitas pessoas achem que estejam amando errado, quando estão simplesmente amando. Amando pessoas mais jovens ou mais velhas ou do mesmo sexo ou amando pouco ou amando com exagero, amando um homem casado ou uma mulher bandida ou platonicamente, amando e ganhando, todos eles, a alcunha de insanos, como se pudéssemos controlar o sentimento. O amor é dono dele mesmo, somos apenas seu hospedeiro. Sobem e descem de ônibus milhares de passageiros que parecem iguais entre si, porém há entre eles os que não gostam de crianças, os que nunca rezaram, os que estão muito satisfeitos com suas rugas e gorduras, os que não gostam de festas e viagens, os que odeiam futebol, os que viverão até os cem anos fumando, os que conversam telepaticamente com extraterrestres, os ermitões, enfim, os desajustados de um mundo que só oferece um molde.
Todos nós, que estamos quites com as verdades concordadas, guardamos, lá no fundo, algo que nos perturba, que nos convida para o exílio. É a parte de nós que aceita a existência das mentiras consensuais, entende que é melhor viver de acordo com o estabelecido, mas que, no íntimo, não consegue dizer amém.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Conquistar o que importa

Quando chega essa época de início de ano, é inevitável olharmos para trás e fazermos um “balanço” de tudo o que aconteceu até hoje em nossa vida.
Quando você se percebe adulto, é normal isso acontecer. É como se houvesse a obrigação de que a cada ano atingíssemos uma fase de crescimento, principalmente no campo profissional. Aí vem aquela frase bem clichê na cabeça: Eu tenho quase vinte anos (caramba!) e o que eu conquistei até hoje?
O problema é que a maioria das pessoas se preocupa em responder essa pergunta com coisas palpáveis e extremamente visíveis. Comprei um carro, uma casa, viajei pro exterior, aumentei os zeros da minha conta bancária... Coisas assim sabe. Ótimo, são conquistas maravilhosas e que sem dúvida exigem esforço e capacidade.
Mas existe muita coisa, além disso, que pode ser conquistada num ano inteiro.
Eu, por exemplo, e posso dizer que “infelizmente”, não conquistei nenhuma dessas coisas citadas acima, mas sem dúvida alguma me sinto uma pessoa muito mais forte em relação ao que eu era há um ano.
Conquistei amigos, que eu sei que são de verdade, fortifiquei amizades que já são eternas (com todo o significado que essa palavra pode ter), conquistei um espaço no meu antigo trabalho que é meu e que eu sei que estará aí pra quando eu quiser voltar (e vocês nem imaginam a sensação de proteção que isso proporciona)... Tornei-me mais independente, mais sensata, menos criança, mais mulher, menos preocupada, mais responsável, adquiri muito conhecimento, chorei, sorri, dancei, escrevi, estudei (bastante!), arrumei um trabalho (na minha área), percebi o quanto tenho sorte por estar sempre rodeada de pessoas boas...
E quando eu achei que estava de bom tamanho, que o ano já tinha sido bem proveitoso, pude ver o quanto é gratificante fazer as pessoas felizes... Ainda mais quando essas se tratam de crianças.
E é assim que a gente percebe quando um ano foi realmente bom. Quando você pode olhar pra trás e ver que sim, você cresceu e conquistou muitas coisas, mesmo que não sejam palpáveis ou visíveis. E isso, meus amigos, ninguém tem o poder de tirar da gente.





RECEITA DE ANO NOVO


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade