Quem sou eu

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Eu tenho uma ideia formada sobre quase tudo. Mas me permito mudá-la. Afinal, como dizia Raul, "eu prefiro ser essa metamorfose âmbulante ♪". Tenho muitos sonhos. Eu busco, da minha maneira, ser um pouco melhor a cada dia. Valorizo demais a minha família. Tenho os MELHORES amigos do mundo. Gosto de desafios, de riscos. É como se eu tivesse necessidade de sempre provar pra mim mesma o quão forte eu posso ser. Gosto muito das palavras, mas valorizo muito mais as ações. Música. MUITA música. Adoro dançar. Acredito em Deus. Sou uma pessoa abençoada. Sou à favor da liberdade de expressão. AMO cinema, teatro, coral, concertos, fotografias e afins. ARTE. Sou apaixonada pelo Jornalismo. A não-obrigatoriedade do diploma NÃO me assusta. Se você for mesmo BOM, sempre terá vez. Sou persistente. Inteligência me fascina. Gosto de gente que sabe o que quer. Gosto de ser surpreendida. Busco sempre o melhor nas pessoas. Adoro escrever. Leio muito. Confio em mim. Quero conhecer o MUNDO. Acho que o amor é um sentimento revolucionário. Não gosto de promessas. Não sei se o pra sempre existe. Por isso faço o possível pra que todos os momentos sejam bons e valham uma boa lembrança.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Histórias de Rodoviária – Parte I

Segunda-feira, 8h30min. Depois de um final de semana de festa e família, eu me encontrava em uma rodoviária, comprando a passagem pra voltar à rotina. Normal. Apesar de eu não ir para casa todos os finais de semana, eu repito essa cena com uma certa frequência. Mas aquele dia reservava algo peculiar.
Nunca gostei de esperar e confesso que o intervalo de uma hora que eu tenho que ficar na rodoviária para pegar o ônibus que me leva ao meu destino tem testado a minha paciência. Isso só acontece porque minha família mora (e eu também morava até pouco tempo) em uma cidade bonita, mas pequena, que não tem se quer uma linha de ônibus direta à Passo Fundo.
Ossos do ofício.Paciência.Um dia terei um carro.
A única coisa boa de se perder uma hora na rodoviária é a possibilidade de observar as pessoas que passam por ali. Gente chegando, gente indo.Pais abraçando filhos que estão de partida. Netos levando avós para comprar a passagem. Aquele beijo longo dos namorados que se despedem e já anseiam pelo próximo encontro...será que essas pessoas se dão conta que talvez seja a última vez que se veem ? Não sei. Enfim, abstrai.
As vezes, estando nesse ambiente, eu me sinto em outra dimensão. Como se eu fosse invisível...como se eu não fizesse parte daquele todo e pudesse apenas observar, sem interferir.
Nesse dia, em especial, fui acordada do meu “sonho” por uma canção brega. Daquelas que o meu avô ouvia quando era jovem. Um senhor, com ares de indigente, passava por aí e cantava. Em alto e bom som, para quem quisesse ouvir (e quem não quisesse também). Quando olhei para ele, me lembrei, de súbito, do “Vendedor de Sonhos”, do Augusto Cury (em dois volumes, um dos melhores livros que eu já li).
Com a mão em uma orelha, ele tinha a pose de um cantor. E cantava bem, no ritmo e tudo mais. Cantando, ele percorreu algumas vezes toda a extensão da rodoviária. De repente ele parou, como se tivesse visto, ou quem sabe sentido algo. Abaixou os olhos para seu relógio de pulso e depois, olhando fixamente para o céu disse : - São 8h42min e ainda não aconteceu nada! Como? Como isso é possível? Estou no aguardo e lhe peço ansiosamente que venha!
Dito isso, voltou a cantar.
Havia algo de estranho nos olhos dele. Algo como uma súplica. E ele falou com tanta certeza de que estava sendo ouvido, que por um momento eu senti que todos olhavam para ele, não mais como um indigente beirando a loucura, mas como alguém que sabe de alguma coisa importante.
Todos esperavam por mais palavras. Mas ele não fez isso. Seguiu cantando apenas.
Confesso que me impressionei com a cena. Parecia mesmo que ele conversava com alguém. As pessoas que estavam por perto, timidamente e tentando disfarçar, olhavam para o céu para ver se tinha alguém ou alguma coisa por lá. Mas não tinha nada visível à nós.Apenas ele podia ver.
Senti uma vontade gigantesca de conversar com o senhor cantor. Coisas de Jornalista, eu acho. Queria saber, mesmo que fosse loucura dele, com quem ele falava, quem ele era.
Como se lesse meu pensamento, ele parou do meu lado. Parou de cantar e me olhou. Pensei em arriscar algumas palavras, mas o ônibus chegou.
E pela primeira vez uma hora de espera na rodoviária passou rápido demais. E eu deixei para trás uma conversa que renderia muitas histórias, tenho certeza.

2 comentários:

  1. Essa foi emocionante.. as minhas histórias de Rodo só tem bebados.. uahuahauhauhauha

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  2. Lindaaa. Parece o conto de 'Mil e Uma Noites'. estoou esperando a continuação!

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